sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Dicas para curtir Buenos Aires
Esse texto foi escrito por Lalai.

Cheguei em Buenos Aires no dia 26/12 à noite. A primeira impressão boa já rolou no aeroporto. Não demorou muito para conseguirmos um táxi. Enquanto dentro do saguão o táxi custa $ 130 pesos, na área externa era possível fechar por 80. Acabamos fechando um táxi para 6 até Palermo por $ 140 pesos.

Sempre que se comenta sobre Buenos Aires, se ouve na sequencia “Buenos Aires é tão barato”. Esqueça isso, pois virou lenda. Isso foi antes da tal crise econômica mundial e hoje não se janta aqui em um bom restaurante por menos de $ 70 pesos (comida e bebida, mas sem sobremesa). A história é outra, mas ainda é mais acessível que São Paulo.

Quando escolhemos nosso apartamento, ficamos bem felizes por ser em Palermo, mas hoje brinco que ficamos em Palermo Bagdá (Puerrydon x Cordoba). Fica exatamente no último pedacinho do enorme bairro Palermo. A parte boa é que o deslocamento foi bem fácil para qualquer parte da cidade, tanto de táxi, quanto de metrô e ônibus. Se você for vir para cá, este apartamento tem bom custo & benefício e tem uma boa localização para quem vai a cidade fazer turismo, pois fica no meio dos principais bairros.

Como marinheiros de primeira viagem, acabamos parando em um bar bem caro em Recoleta logo que chegamos, no qual entendemos que o chopp custava $ 14 pesos, mas na compra de um, ganhava-se outro. Na hora de pagar a conta descobrimos que custava $ 24 a tal “dobradinha”.O bairro é um dos mais bonitos e vale gastar um dia caminhando por lá.

Tivemos a sorte depois de encontrar a Ida por lá, que tem um amigo brasileiro que mora na cidade há 13 anos. Ele tem um gosto muito parecido comigo, então pudemos depois escapar um pouco do circuito turístico e nos esbaldar em lugares frequentados pelos “locais” (como gosto de dizer). Acabamos tendo boas surpresas.

Não sou boa para fazer guias turísticos ou mesmo ser linear, então quero apenas compartilhar lugares que eu adorei. Não vou citar monumentos, igrejas, construções, pois sou péssima nisso. Deixo esta parte para o Renato e Fabilipo, o primeiro porque é arquiteto e o segundo porque é ótimo em história e fã de igrejas. Como todos sabem, há muitas livrarias na cidade e uma mais charmosa que a outra, além dos cafés, também charmosíssimos. Buenos Aires é uma cidade para bater perna, pois vale cada quarteirão andado. A cidade transpira charme, tem construções lindas, além de ser a cidade das cúpulas. Achei mesmo uma grande pena eu não ter alugado uma bicicleta.

Dentro do circuito “somos turistas e daí?”:

- brunch no Olsen: no final de semana vai até às 20h. Tem vários combinados e, ao contrário do que dizem, não sai tão caro quanto dizem. O preço dos combinados do brunch variam entre $38 e $56, incluindo uma mini-Chandon. Se estiver muito quente, a boa pedida é ficar em uma mesa no jardim. Também vale a pena fazer uma reserva antes. O Olsen é um restaurante escandinavo e bem descolado. Lugar para ver e ser visto, mas atualmente disputado entre os turistas e muito pouco pelos locais. Vale a ida e o brunch acabasendo uma ótima pedida. Para os mais animados, há degustação de vodka por $35.

- jantar no Bar Uriarte: preço justo e a comida é bem servida. O cordeiro com purê de batata no azeite com trufa é ótima pedida, também possui uma farta carta de vinho para todos os bolsos. O atendimento é leeentooo, mas isso é bem comum em Buenos Aires. O melhor lugar para se sentar é nas mesas dos fundos ou no jardim de inverno.

- andar pela Avenida de Mayo, considerada a Av. Champs-Elysées argentina, para se deslumbrar com suas belas construções em estilos bem variados. Aproveite e pare para um café no Café Tortoni, fundado em 1858. Aproveite e visite a estação Peru, que foi a primeira a ser construída na cidade (1913) e até os trens são antiguíssimos. Aí na hora do almoço corra para o Restaurant Status, que de acordo com meu amigo “local” tem a melhor cozinha peruana da cidade. Nos esbaldamos em ceviche & batatas & cerveja. O restaurante fica na Virrey Cevallos, 178 – perto da Plaza Congreso. Eu, sinceramente, nunca teria pensado a ir em um peruano. Este é imperdível.

- ir ao bar El Preferido (Jorge Luis Borges, 2108 – Palermo), que tem esse nome por ter sido frequentado pelo Jorge Luis Borges, para almoçar.

Se você estiver passeando por Palermo Soho, tome um café na livraria Crack-up (Costa Rica, 4767), perto da Plaza Palermo. O atendimento é simpático e o café expresso é bem tirado. Há combinados de café + torta com preço bom.

Não deixar de ir no museu de arte contemporânea Malba, que tem um acervo incrível, inclusive Fridah Kahlo, Botero, Lygia Clark, o Abaporu da Tarsila do Amaral, Diego Rivera entre outros, além das exposições temporárias. Aproveite depois para passear pela avenida das embaixadas que tem construções lindas.

O famoso Caminito, que fica na Boca, é um bem ruim. São poucas ruas e com nada interessante, além de ficar numa região muito feia da cidade. O que vale a pena lá é visitar a fundação Proa, que está atualmente com a exposição do Marcel Duchamp que esteve recentemente em São Paulo. Foi uma ótima pedida por módicos $ 10, já que eu perdi a exposição por aqui.

Fui a San Telmo duas vezes, mas não é meu lugar favorito. Me diverti mais andando pelas ruas fora do burburinho que tem construções que valem a pena ver, mas a Galería Mercado de San Telmo é um lugar curioso. Tem de tudo: de banana a casaco de pele.

O melhor lugar que fui em San Telmo, e por sorte fica um pouco abaixo da praça, então parece ainda não ter sido descoberto, é a loja Cualquier Verdura, que é uma casa graciosa totalmente mobiliada: tem cozinha, sala de jantar, quarto, etc. Tudo, incluíndo os móveis, está a venda. A loja é um paraíso para quem gosta de toys e objetos vintage. Eu arrematei um vestido lindo por $ 120 que achei dentro do armário no quarto. Essa é a parte bacana: saí fuçando tudo a procura de coisas legais. Ponto obrigatório. Depois é só esticar numa padaria que tem uma diversidade de alfajores, que fizeram meus amigos voltarem a San Telmo só para ir lá novamente. A padaria fica na Rua Peru entre a Rua Humberto (da lojinha) e Carlos Calvo.

Falam que o Soberbia 22 ( Fitz Roy 2199) é o antigo El 22, mas pelo que eu soube enganam-se. O El 22, que ficava na região mais movimentada de Palermo, ficou cool. O dono resolveu alugar, afinal a região valorizou pencas, mas exigiu que se mantivesse o nome 22 e alugou outro local fora do circuito, fiel ao original, bem rustico que parece nossos botecos brasileiros. Com certeza uma das melhores parrillas a um preço inacreditável. Fizemos uma baita degustação das carnes, bebemos todas e gastamos $35 cada um. É dos poucos lugares que de fato mantém a tradição de comer bem & barato. Esse é daqueles achados e não se vê nem sombra de turista por lá. Esse vale a pesquisa para descobrir onde fica.

Para compras não faltam lugares bacanas:

- em Palermo Soho Sopa de Principe (Thames 1719), para quem se amarra em bonecos de pano; não deixe de parar na Boutique del Libro (Thames 1762) para uma tortilla & vinho, gastar horas percorrendo suas estantes de arte, além de apreciar os atendentes que são todos belíssimos e ser uma das livrarias mais bonitas que vi; a Tienda Palacio (Honduras 5272), uma loja de design (com preços salgados) com muita coisa bacana como móveis, objetos de decoração, bolsas, livros, cadernos e qualquer cacareco bacana que se possa imaginar.

- na Av. Santa Fé tem El Ateneo (Av. Santa Fe, 1860), que é uma das livrarias mais lindas que já vi (pena que achei os livros caros na Argentina), a galeria Bond Street (Av. Santa Fé 1670) que é uma mistura da Galeria Ouro Fino com a Galeria do Rock; a Galeria 5ª Avenida (Av. Santa Fé 1270) que é cheio de brechós e dá para achar peças vintages incríveis a preços incríveis. Depois pare para um drink no Milion (Paraná, 1048), que fica numa mansão linda. Se ainda for dia, tente um lugar no jardim.

- a nolineal (Guemes, 4125), loja de lingeries/bíquinis e meias-calças, que trabalha com estampas lindíssimas.

- loja de roupas A.Y.Not Dead (possui 3 lojas na cidade) que tem uma coleção bem descolada e preço bom.

- loja de tênis e bolsas Puro (Jorge Luis Borges 2184)

- outra livraria linda que vale a visita é a Eterna Cadencia Libreria (Honduras, 5574), que tem também uma vasta coleção de livros de artes, além de ter um café num jardim bem charmoso.

Para mais informações sobre Buenos Aires, visite o site de Turismo da cidade e o guia de restaurante Oleo.

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